do que falamos quando falamos de... Café

O que é o café Definição

Decreto-lei 53/89

Termo genérico para designar os frutos e grãos da plantas do género Coffea, principalmente das espécies cultivadas, bem como os produtos derivados, em diferentes estados de transformação e de utilização, em geral empregados como género alimentício. O termo designa, portanto, a cereja do cafeeiro, antes e após a secagem, o grão, que também pode ser polido, torrado ou moído, o extracto solúvel e, ainda, a bebida preparada a partir do café torrado e moído ou do extracto.

Um milénio de café História do Café

A história do café começou no século IX. O café é originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundiu-se para o mundo através do Egito e da Europa. Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho" (قهوة), devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe.

Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que seus carneiros ficavam mais espertos ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o facto, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.

Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam os seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. O seu cultivo estendeu-se primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islão. O Iémen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.

O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.

Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turco otomana era conhecido como kahve, cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.

O café, no entanto, teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam as suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, logo o café venceu essas resistências e até os doutores muçulmanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.

fonte: Wikipedia

Um aliado para a vida Benefícios para a saúde

O café é, a seguir à água, a bebida mais consumida em todo o mundo com um consumo per capita de 11.5 kg nos países industrializados. Consumido pelo seu efeito estimulante ou apenas pelo seu aroma, a verdade é que um terço da população mundial bebe café numa quantidade superior a qualquer outra bebida. A sua popularidade associada à importância económica que representa, explica a crescente investigação científica desenvolvida nas últimas décadas com enfoque nos efeitos a nível da saúde humana. Continuam a existir controvérsias quanto aos benefícios e riscos associados ao seu consumo. No entanto, nas últimas décadas têm-se multiplicado os estudos que suportam o seu potencial contributo na promoção da saúde e a sua associação à redução do risco de várias doenças crónicas. O café é uma mistura química complexa, composta por mais de 1000 estruturas químicas diferentes responsáveis pelos efeitos biológicos verificados nos consumidores habituais. Além da cafeína, outros constituintes têm revelado propriedades antioxidante e anticancerígena incluindo o ácido clorogénico e os produtos da sua degradação. Outros compostos biologicamente ativos são o cafestol e o caveol, diterpenos implicados no aumento dos níveis de colesterol verificado nos consumidores de café não filtrado. Os resultados dos estudos epidemiológicos sugerem que o consumo de café possa prevenir o aparecimento de algumas doenças crónicas, nomeadamente a Diabetes Mellitus tipo 2, a doença de Parkinson e as hepatopatias (cirrose e o hepatocarcinoma).

A maioria dos estudos prospetivos de coorte não prova a existência de um aumento da incidência de patologia cardiovascular. No entanto, o consumo de café está a associado ao aumento de alguns fatores de risco para doença cardiovascular como são os níveis elevados de homocisteína e de LDL. O aumento da tensão arterial verificado é relativamente reduzido e não pode ser atribuído exclusivamente à cafeína. A associação negativa entre o café e o risco de desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 está bem estabelecida do ponto de vista epidemiológico apesar dos mecanismos subjacentes a esta proteção não estarem ainda bem estabelecidos. Para alguns tumores verifica-se uma redução de risco nos consumidores de café. Face à luz dos conhecimentos científicos atuais, é possível afirmar que o consumo moderado de 3/4 porções de café por dia (300-400 mg de cafeína), quando enquadrado num contexto de hábitos de vida saudáveis, demonstra benefícios para a saúde humana.

fonte: Universidade de Coimbra